gosto de frases curtas e amores longos.
gosto de gostos ocres e beijos doces.
gosto de fugir e de encontrar.
gosto de causar incêndios e de falta de luz.
gosto de frio na espinha e de calor nos pés.
gosto de amarelo e de apagar as outras cores.
gosto de portas, pra ir embora e pra voltar.
gosto de chão pra olhar o céu.
gosto de céu pra pensar em ti.
gosto de carinho pra fazer.
gosto de arranhão, palavrão e rockn'roll.
gosto de flores plantadas.
gosto de coisas fúteis, porque pensar dói e eu quero é ser feliz.
gosto de coisas importantes e de quem quer mudar o mundo.
gosto de cafés e cigarros.
gosto do meu trabalho, de ser isso aqui e de saber que tudo isso vai mudar.
gosto de saber que nada é para sempre e que meu amor é eterno.
gosto de pensar em ir embora e de ver que aqui é o meu lugar.
gosto de tudo isso. porque gostar é fácil, díficil mesmo é não gostar. não gostar acaba comigo. não gosto quando não gosto. isso é que é des-gosto.
domingo, 28 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
sobremim 2010
depois de você, tudo ficou amarelo. e eu, pálida-pálida, comecei a enxergar o ouro varrido pra debaixo do tapete. quanta coisa esqueci de mim::: a paisagem da minha janela não mudou nada - o mar continua lá-, meu livro preferido eu reli, e continua muito bom, meu cabelo é castanho escuro, ainda. as unhas mudam de cor a cada sete dias, mais certo do que eu ir à missa aos domingos. a vaca é mesmo o animal mais sagrado e tenho certeza que é uma grande filósofa. dancei tanto que derreti. caí nos braços de um cavalheiro e estou bailando feliz até hoje. não sei se quero sair no jornal ainda, talvez meu nome nos créditos já esteja bom. à china eu ainda vou, mas vou dar uma passadinha na rússia, antes que se acabe o climinha vermelho que ainda resta. comecei a ler outras coisas, abandonei velhos cânones - meus canônes - e elevei a futilidade a um altar de musas, em que estão também a fé, a alegria, a cultura. pode parecer contraditório, mas sou afeita à ideia de que só a futilidade salva (às vezes). é quando me dá vontade de sair bonita por aí, rindo e sendo mais feliz que nunca, porque a cabeça não pesa e estou anestesiada das coisas tristes que me congelam o olhar. mas não sou joana darc, então meu libelo fica só entre nós, ok?
lamento-blues
é que quando a música parou e a vida começou você não estava aqui. e nem a música mais triste, o blues mais blue, daria conta do vácuo que você deixou quando partiu. porque era pior que silêncio, era pior que vazio. era um buraco. e não há nada mais cheio de vazios que essas covas profundas na terra, em que não estou enterrada mas continuo a olhar o céu que não é azul só para mim. pois quando você partiu, a música ecoou pela última vez, meu sangue correu quente pela última vez e parece mais é que morri. se não era música, era vida, agora tudo acabou; não há música, não há vida. aqui, só o oco de mim.
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
sexta-feira, 5 de junho de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
pise no meu pé
vamos lá, preciso de um pouco de vida, nem que esse pouco de vida doa na carne, essa carne sem vida, quase morta. pise no meu pé, quero algo que doa, algo que seja perto do que se chama vida. me fure com um alfinete, me faça sangrar, me faça gritar. me dê algo perto da emoção, mesmo que seja dor. acho que vc sabe do que falo. onde não há vida, só seca, um lamento já é um bom sinal. ecoa, mesmo que seja dentro e cá, onde está tudo devastado. é preciso de algum vento que que termine com tudo, mas que me deixe os escombros.
Assinar:
Postagens (Atom)