terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

histórico de um amor cruel número 1

Falamos de vc. Contei uma piada sem graça, ele riu, bem-educado. Tomamos um café. O cigarro não fumamos. O filme ia começar. Sentamos juntos. Braço colado, dando uma sensação de falta de espaço. Alguém sobraria nessa história. Precisávamos tirar vc da cabeça. Vc atrapalhava o filme, o nosso filme. Na tela, a mocinha morria antes da primeira meia hora de sessão. Você também. Chorávamos, emocionados, eu e ele. Era tudo por vc, que não faria mais parte da história. Naquele momento, um novo amor começava. Se extraia da morte, condensava-se com os beijos não dados ainda e se mantia forte por estar diretamente ligado à derrota de alguém. Pena isso, pena. Mas o fato é que o amor não tem redéas e pode machucar porque seus dentes são de cavalo selvagem e seu galope não é de ferraduras. Solto, o amor até mata. Assim como matamos vc.

Um comentário:

Adriana Vaz disse...

muito bom! de volta a boa e e velha 'verve' literária querida! grande beijos e vamos nos encontrar! bater um papinho!